Queridos pais, Como prometido, hoje deixo-vos o desafio de pensarem no vosso lixo emocional: aquele lixo que transportamos para casa ao final do dia, que cria poeira nas nossas conversas com os outros, sejam eles crianças ou adultos. Muitos não têm espaço para durante o dia reconhecerem o que estão a sentir, expressarem as suas emoções e serem acolhidos no que expressam. Quando, no ambiente, falta espaço e tempo surge naturalmente o stress tóxico, aquele que desgasta, que cega e que invalida que se aprecie o momento presente, a isto chamo lixo emocional porque polui o ambiente à nossa volta. Nas minhas sessões de aconselhamento parental, muitos são os pais que tomam consciência desta poluição emocional que levam para casa e essa tomada de consciência é meio caminho andado para a deixarem do lado de fora da casa e aceitarem o risco de se entregarem ao momento presente, ao filho que chora e quer colo, ao que faz a birra por um pedaço de chocolate, o que teima em não ir tomar banho e a lista seria interminável. Nada do que vos acabei de referir irá terminar quando deixarem de levar o lixo emocional para casa – e ainda bem – será é visto com outros olhos e outra entrega, quando surgir. Duas dicas para lidar com o seu lixo emocional: pare 2 min antes de estar com os seus filhos, de os ir buscar à escola ou antes de chegar a casa, apenas 2 minutos para fazer a sua revisão do dia, reconheça o sentimento mais forte que o domina, a irritação que parece contaminar tudo, reúna consigo mesmo. Passados 2 min tome consciência do momento que está para chegar e prepare-se para o agarrar com toda a determinação e entrega. Aproveite o momento sem chamadas telefônicas pelo meio, sem redes sociais a mostrarem-lhe a vida que não é a sua e que não é real. Dedique-se naquele momento apenas ao presente, ainda que estes momentos possam durar apenas 30 min ou 1 hora. Um dia, o seu filho não se lembrará de tudo o que juntos viveram mas terá a certeza do vinculo que consigo criou. Aceite o desafio e coloque-o em prática já nestes 3 dias que se avizinham. Boas descobertas. Margarida Silveira Rodrigues Diretora |